quarta-feira, 12 de maio de 2021

Pai Natal

 

Era uma vez um senhor, risonho, tranquilo e pacato, que nos seus 84 anos passava o ano à espera do Pai Natal. Todos os anos era o primeiro a ser cumprimentado, e sentia-se importante por isso. O Pai Natal trazia-lhe sempre a sua prenda favorita, umas botas dentro de uma caixa, que ele abria com a satisfação de uma criança.

Nas Unidades de Longa Duração as pessoas que nos chegam vêm muitas vezes em situações clínicas de fim de vida, este senhor também foi assim. A sua passagem foi curta, mas significativa. Como foi a sua vida na terra, nascido com deficiência mental congénita, teve a sorte de nascer no seio de uma família que o acarinhou e o respeitou sempre. Ele sorria e os seus olhos tinham a inocência de uma criança. A sua crença no Pai Natal enche-nos de esperança e alegria. É bom saber que o avançar da vida não nos rouba os sonhos. 

Pai Natal sei que o vieste buscar... É por isso que esta semana arrefeceu tanto e nevou, em Maio, na Serra da Estrela. 

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