Hoje as máscaras tapam a boca, servem para nos proteger. Mas perdemos metade do emocional, as expressões, os sorrisos, os cantos dos lábios, a textura deles... Hoje não há afetos, as pessoas não se tocam, não se chegam, não se cheiram... Tenho saudades dos beijos dados, pedidos ou roubados. Do simples aproximar de dois rostos, daquele arrepio da proximidade e do primeiro contato... Beijos apaixonados, repenicados, demorados ou apenas coordenados, numa dança sensual e erótica de duas bocas que se apresentam e exploram. Tanta descoberta que fica interrompida para os jovens de hoje... Os jovens estão a ser castrados em tanto prazer, em tanta beleza, que de certeza teremos adultos recalcados e sem capacidade de gerir as emoções. Sem praxes, sem concertos e festivais, sem viagens... apenas e unicamente teledependentes. Quem vai para a universidade e fica em casa dos pais interagindo com os colegas no computador?! É anti natura, é anti hormonal, é anti instintivo. Sei que o ser humano irá reinventar-se e arranjar uma forma, também não se tem saudades do desconhecido, no entanto, apenas posso julgar essa experiência segundo a minha existência... E fui uma sortuda, aproveitei ao máximo a minha adolescência e juventude. Beijei exatamente quem eu queria e nunca tive um beijo não correspondido.
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